Esta biografia foi extraída
da Folha Medalha Milagrosa lançada em 1996 e tem por finalidade
descrever a trajetória da vida do Padre Maia.
PADRE MAIA,
80 ANOS DE JOVIALIDADE
Hoje,
primeiro de novembro de 1996, dia de todos os santos, comemora-se
o octagésimo aniversário de nascimento do nosso querido e estimado
padre Maia. Sua vida tem relação direta com este dia do calendário
litúrgico em que se lembra os santos.
Nascido de uma família
católica, em Gouveia, município de Diamantina em Minas Gerais,
teve dois irmãos. Foram eles José Maia e Julio Maria. Seus pais,
Júlio Meireles Maia, viajante mascate, e Zélia Pereira Maia,
batizaram o menino logo cedo aos 52 dias de nascimento.
Seu pai Julio, nascido
em Portugal, fazia viagens a cavalo de Gouveia ao Rio de Janeiro
buscando diversas mercadorias. Ainda crianças ficaram órfãos
de pai. A tia Quinha ajudou Dna. Zélia na criação dos três filhos.
Sendo ela professora ensinou Joaquim Maia nos estudos primários.
Maia sentia um carinho muito grande por sua tia, que só a tratava
de Vó Quinha, ficando assim apelidada por seus colegas também.
Em sua casa apesar de muito
simples, feita de chão batido, conviviam sua mãe, dona Zélia
Maia, sua "vó" e seus dois irmãos, com muita alegria e muita
paz.
Quando menino, em Gouveia,
Maia era coroinha da igreja de Sto Antonio onde já desempenhava
bastante habilidade e gosto pela vida eclesiástica.
Em casa, sua mãe o ensinava
as primeiras lições do catecismo e rezavam o terço todas as
noites. A Sra. Zélia Maia acordava cedo e diante do oratório
que tinham em casa fazia as primeiras orações do dia. A vocação
do menino foi se aflorando , até que um dia, sua vó o perguntou
se queria se padre. Sua resposta foi: " Eu quero ser Padre ou
Médico ".
E, sem dúvida, não poderia
resumir melhor resposta a esta pergunta que decidiria sua vocação.
"Padre" porque traz consigo o amor de um pai à seus filhos e
" médico" porque mostra a dedicação a todos na cura da alma.
O amor de um Pai a seus filhos é o sentimento que este reverendíssimo
sacerdote e formador de almas tem para com aqueles que o conhecem.
Logo cedo, ingressou no
seminário menor de Diamantina, em Minas Gerais. Aliás, na época
Gouveia, sua cidade natal, era município de Diamantina tendo
sido elevada a categoria de cidade somente em 1950. Sua "Vó"
o ajudou a pagar o seminário que custava naquela época 600 mil
reis por ano. Era muito dinheiro para eles, mas mesmo assim
o fizeram com bastante sacrifício.
De 1929 à 1933 completou
seus estudos, até o quinto ano. Foi aí, que pensando viver em
comunidade e não como padre secular (diocesano) optou pela vida
religiosa. O padre secular, em geral, tem uma vida bastante
solitária e Maia queria ser um padre bastante atuante, mas vivendo
em comunidade.
Aos 18 anos, incompletos,
passou para o noviciado, aos 13 de fevereiro de 1934. Aí cursou
seus estudos de Filosofia e Teologia no Seminário de Petrópolis.
Foi ordenado sacerdote aos 8 de dezembro de 1941 por D. José
Pereira Alves, bispo de Petrópolis.
PADRE MAIA, RECÉM ORDENADO
- 1941
Padre
Maia, recém-ordenado, dedicou-se nos primeiros anos de seu sacerdócio
a ser professor de português e latim da Escola Apostólica de
Iratí, no Paraná.
Aos 29 anos, é colocado
no Seminário Sta. Tereza em Salvador - BA, como Diretor Espiritual
e professor de Teologia Ascética e Mística. Por motivos de saúde
- teve que ser transferido devido ao forte clima da Bahia.
Em 1947, padre Maia volta
de São Salvador (BA), onde lecionava no seminário de Santa Tereza,
para sua terra natal, Diamantina. Lá atuou no seminário do Sagrado
Coração de Jesus como professor de português e latim.
Na época existia um grande
movimento de devoção ao Sagrado Coração de Jesus chamado Guarda
de Honra. padre Maia organizou este movimento Pastoral de uma
maneira muito dinâmica e ativa. Todos estimavam sua personalidade
tanto no seminário Maior quanto no Menor.
Reitor do seminário de
Mariana, em 1955, foi também diretor espiritual e professor
de Teologia Moral. Durante quase 25 anos, Padre Maia trabalhou
dentro de seminários da Congregação onde formava também o Clero
Secular. Atualmente, dos 378 bispos do Episcopado brasileiro,
pelo menos 18 foram seus alunos. Formador de bispos, exercia
a função de professor com bastante competência.
Por volta do natal de 1969,
padre Maia assumiu a paróquia de Sto. Antonio da Pampulha, em
Belo Horizonte. A antiga igreja de Sto. Antonio, localizada
no bairro do Aeroporto, foi abaixo para dar lugar à nova e bela
arquitetura da Paróquia de Sto. Antonio da Pampulha. Foram precisos
vários anos de trabalho para concretização da bela Matriz. Na
ocasião, achavam que a igreja era grande demais para um povo
tão pequeno. Atualmente, a Igreja fica completamente cheia nas
missas de domingo!
Durante a construção, sua
mãe, dona Zélia, veio morar com seu filho na casa paroquial
no bairro do Aeroporto. Dnª Zélia, muito abilidosa, teve um
papel fundamental na Formação do Pe. Maia. Ela que partiu aos
25 de outubro de 1981 fechou um ciclo de uma existência serena,
cheia de fé e dedicação a causa da Igreja de Nosso Senhor Jesus
Cristo. No leito de sua cama disse que o deixava (padre. Maia)
em boas mãos se referindo evidentemente ao povo daquela bela
Matriz (igreja da Pampulha).
PADRE MAIA, 50 ANOS DE
SACERDOTE - 1991
Em 8 de dezembro de 1991,
paróco da igreja de São José do Calafate, padre Maia comemora
seu Jubileu de ouro como sacerdote da Igreja de Cristo.
A solenidade não poderia
ser maior. A igreja do Calafate ficou completamente lotada para
a cerimônia, com faixas e pessoas de sua estima. A Missa concelebrada
por diversos padres da Congregação teve a presença até do arcebispo
de Belo Horizonte dom Serafim Fernandes.
Já em 1988, é transferido
para São Paulo onde exerceu o cargo de Diretor dos seminaristas
teólogos. Em Belo Horizonte tudo fizeram para que as autoridades
eclesiásticas deixassem Padre Maia ficar na paróquia em que
ele havia construído. Afinal, foram quase 20 anos de amor aquelas
pessoas. Até hoje o povo da Pampulha não perdeu a esperança
de sua volta, desejo este de sua falecida mãe.
Atualmente, padre Maia
exerce o cargo de capelão do Santuário da Medalha Milagrosa,
onde presta orientação espiritual no Hospital São Vicente de
Paulo e em diversos movimentos da Capelania. Como sempre faz
questão de estar presente em todas as pastorais dentro da Igreja,
enriquecendo a todos com sua espiritualidade. Padre Maia, que
Deus e Nossa Senhora da Medalha Milagrosa te abençoe e derrame
suas graças neste coração mineiro, mas em parte carioca.