Título: A Missa Passo a Passo - Ritos Iniciais
Autor(a): Agnus Dei
 

 

São os primeiros momentos da liturgia da missa. Objetiva estabelecer um clima de acolhimento dos fiéis, levando-os à unidade e preparando-os para a celebração litúrgica do dia que ora inicia-se. É um momento breve, que antecede a proclamação da Palavra de Deus, mas que motiva a participação da comunidade pelo resto da celebração.

  1. COMENTÁRIO INTRODUTÓRIO

    O comentário introdutório, feito pelo comentarista da celebração, marca, de certa maneira, o início da Santa Missa. Em algumas comunidades é precedido pelo som do sininho, que indica aos fiéis presentes para que interrompam suas orações particulares e se unam na Oração Oficial e Comum da Igreja.

    O comentário inicial convida a participação coletiva dos fiéis e visa criar um ambiente propício para a oração e a fé. Em geral, o comentário situa os presentes num determinado "tema" que será abordado mais profundamente nas leituras da Bíblia, durante o Rito da Palavra. Por exemplo: numa missa de corpo presente, chamará a atenção para a alegria do encontro com Deus e da esperança da ressurreição; no Natal, para a Encarnação do Verbo, prevista pelos antigos profetas; na Páscoa, para a ressurreição de Cristo, que marca a vitória sobre a morte e alcança a salvação para o gênero humano...

    A assembléia pode ouvir o comentário sentada, uma vez que a celebração, de fato, só tem início com o Canto de Abertura, quando o sacerdote e os demais ministros entram em procissão, como veremos a seguir.

    Sobre o comentarista em si, observamos que ele deve ser discreto, evitando chamar a atenção dos fiéis sobre si. Deve, quando for possível, ocupar um lugar afastado do altar e usar roupas de cores suaves e cortes discretos. Também deve ser uma pessoa preparada para o ofício: sua voz não deve jamais se sobrepor ao do sacerdote, presidente da celebração; deve falar olhando para a assembléia de fiéis de forma breve, clara e sem pressa (logo, não pode ser uma pessoa tímida, nem com dificuldades de fala ou leitura). Nas comunidades que não utilizam folhetos litúrgicos pré-impressos, cabe ao comentarista preparar os comentários, uma vez que ele também faz parte da Equipe de Celebração. Havendo missas em diversos horários, poderão os diversos comentaristas prepararem um único e mesmo comentário; neste caso, cada comentarista pode "assumir" um determinado horário ou, se for oportuno, poderá ser adotado o revezamento de comentaristas nos diversos horários (o primeiro caso favorece o comentarista pois, acostumando-se com as pessoas que costumam a freqüentar aquele certo horário, acaba por vencer naturalmente a timidez, ganhando maior segurança; o segundo caso, porém, favorece mais a comunidade pois a diversidade de vozes pode quebrar qualquer sentimento de monotonia que a mesma voz de sempre pode causar - é preciso recordar que, infelizmente, poucas são as comunidades que contam com mais de um padre e, por isso, é importante variar as vozes onde for possível).

  2. CANTO DE ABERTURA

    O Canto de Entrada ou Canto de Abertura, como é menos conhecido, ainda que tenha um sentido mais íntimo com o significado original, marca o início oficial da celebração litúrgica, motivo pelo qual todos deverão ficar de pé. Caso a comunidade não se coloque nesta posição espontaneamente, cabe ao cantor fazer esse convite; o convite somente deverá partir do comentarista quando inexistir a figura do cantor na comunidade ou quando as músicas forem cantadas por um coral.

    Enquanto este canto está sendo executado, o sacerdote, juntamente com seus ministros, se dirige - geralmente pelo corredor central do templo - para o altar, onde será oferecido o Santo Sacrifício.

    a. O Canto em Si

    O Canto de Abertura, assim como os demais cantos, deve expressar ligação com o "tema" da missa. Não tem nexo cantar músicas que abordem o Nascimento de Cristo na missa de Páscoa, da mesma forma como é sem sentido cantar músicas que louvem a vida de Nossa Senhora na solenidade de São Pedro e São Paulo... Por isso, as músicas que deverão ser cantadas durante a celebração da Santa Missa não devem ser escolhidas na última hora pelo(s) cantor(es); ao contrário, devem ser fruto de um certo amadurecimento, após acordo entre todos os componentes da Equipe de Celebração (comentarista, leitores, cantores, liturgistas e, inclusive, o próprio sacerdote).

    Quando a comunidade não segue folhetos litúrgicos pré-impressos, torna-se também possível mesclar músicas de "missas diversas", isto é, desde que a comunidade possua um considerável acervo de partituras e as letras dessas músicas se enquadrem perfeitamente com a liturgia ("tema") do dia.

    Na verdade, quero chamar a atenção para o planejamento, isto é, para o cuidado de seleção das músicas. Não existe nada pior quando participamos de uma missa onde a espontaneidade (que é, sem dúvida, algo louvável) dá margem para o abuso, principalmente em termos musicais, pela falta de preparo da liturgia, o que reflete um certo desdém para com as coisas de Deus. O que tem a ver cantar "Noite Feliz" em plena Semana Santa?? Se você responder: "Nada!" então entendeu muito bem o que quero dizer e, certamente, já deve ter visto (ou melhor, ouvido) isto ou até mesmo coisas piores...

    b. O Cantor

    A música pode ser cantada de diversas formas: por um cantor, por uma dupla ou trio, por um coral, ou por toda a comunidade, sem a presença necessária de alguém para "puxar" a música oficiamente.

    Havendo cantor(es), com a exceção de coral, este(s) também deve(m) usar roupas de cores e cortes discretos, como já vimos quando abordamos sobre o comentarista. Deve-se evitar ao máximo cantores reconhecidamente "desafinados", para não transformar a missa em verdadeiro suplício para a assembléia; neste caso, é melhor deixar o canto sob responsabilidade de toda a comunidade pois, assim, o afinação de alguns encobre (ou melhor, equilibra) a desafinação de outros... Havendo a participação de um coral, estes poderão usar roupas padronizadas ou não e, devem, quando as condições do templo permitirem, utilizar o coro, geralmente localizado na parte de trás e sobre o pórtico principal (isto porque, na verdade, é o local mais apropriado por causa da acústica).

    As músicas poderão ou não ser acompanhadas por instrumentos musicais. Em geral utiliza-se o órgão ou o violão, mas isto não impede que outros instrumentos sejam usados. O importante é que não haja abusos, transformando a missa num show de rock (o centro das atenções é Deus, a quem adoramos, e o ponto alto da missa é a consagração do Pão e do Vinho, e jamais o grupo musical, o cantor, ou quem quer que seja). Esta observação é fundamental porque infelizmente tais abusos não ocorrem com rara frequência...

    c. A Genuflexão e o Beijo no Altar

    Quando o sacerdote e seus ministros chegam diante do altar, fazem uma genuflexão simples em sinal de reverência; a seguir, os ministros dirigem-se para os seus lugares e o sacerdote vai até o altar e o beija, em sinal de veneração; com este gesto, não está venerando a pedra ou a madeira, mas o próprio Jesus Cristo, que é o centro da nossa fé. Se estiver usando incenso, deverá incensar o altar, em toda a sua volta: será ali que será oferecido o Santo Sacrifício, durante o Rito Sacramental.

    Após isso, o sacerdote se dirigirá para a sua cadeira, diante ou atrás do altar e aguardará o término da execução do Canto de Abertura.

  3. ACOLHIDA

    Encerrado o Canto de Abertura, o sacerdote presidirá o Sinal da Cruz, invocando a Santíssima Trindade:

    - Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

    Ao que toda a comunidade, em um só coro, responderá com um breve e sonoro Amém.

    Toda celebração cristã começa e termina com este sinal. A cruz, segundo o sublime ensinamento de São Paulo, é sinal de vergonha e morte para os descrentes e pagãos, mas é, ao mesmo tempo, sinal de vitória e orgulho para os cristãos: foi por sua morte na cruz que Cristo nos reconciliou com o Pai e nos alcançou a Salvação; foi por sua morte na cruz que Cristo ressuscitou dentre os mortos, vencendo a morte - salário que todo homem comum recebe por seu pecado - e nos garantiu a esperança da ressurreição de nossos próprios corpos.

    Ao fazermos o sinal da cruz, professamos que o nosso pensamento (cabeça), vontade (peito) e ações (ombros) estão voltados para Deus, estando em harmonia com a Santíssima Trindade e sob a proteção de Deus.

  4. SAUDAÇÃO

    Feito o sinal da cruz, o sacerdote abre os seus braços, em sinal de acolhida, e saúda toda a assembléia presente. Para isso, pode fazer uma saudação espontânea, envolvendo o amor e paz da Santíssima Trindade, ou usar qualquer uma das fórmulas sugeridas:

    • A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!

    • A graça e a paz de Deus, nosso Pai, e de Jesus Cristo, nosso Senhor, estejam convosco!

    • O Senhor que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo esteja convosco!

    • O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco!

    • A vós, irmãos e irmãs, paz e fé da parte de Deus, o Pai e do Senhor Jesus Cristo!

    • Irmão eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito, para obedecer a Jesus Cristo e participar da bênção da aspersão do seu Sangue: graça e paz vos sejam concedidas abundantemente!

    A comunidade, então, responderá alegremente: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

    O sacerdote também poderá saudar a assembléia com um simples: O Senhor esteja convosco! Neste caso, a comunidade deverá responder: Ele está no meio de nós!. Se o presidente da celebração não for padre, mas sim bispo, poderá ele saudar com: A Paz esteja convosco! Ao que responderá a assembléia: O amor de Cristo nos uniu!

  5. ANTÍFONA DE ENTRADA

    São breves palavras que o sacerdote ou o diácono fazem para introduzir os fiéis na missa do dia. Em regra, costuma a ser um versículo bíblico que tenha total ligação com o "tema" da missa, com as leituras que serão feitas durante o Rito da Palavra.

    Ainda que muitas celebrações não a levem em conta, passando despercebida, a Antífona de Entrada não deve ser omitida, pois possui particular beleza e sentido.

  6. ATO PENITENCIAL

    O Ato Penitencial é um convite que o sacerdote faz para que todos façam um exame de consciência e reconheçam os seus pecados. Na verdade, todos nós somos pecadores. São João, em sua primeira epístola diz: "Aquele que disser que não possui pecado é um mentiroso".

    No nosso dia-a-dia, muitas vezes sem querer e até sem perceber, cometemos pecados que nos afastam da amizade de Deus. Pecamos por pensarmos em coisas que não são dignas de um verdadeiro cristão, por proferirmos palavras ofensivas ou duvidosas, por atos que prejudicam outros irmãos e até mesmo omissões, quando ficamos em cima do muro, não querendo nos envolver em algo que vemos de errado...

    Devemos, assim, fazer penitência e arrepender-nos do pecado. Não um arrependimento de palavras, mas um arrependimento sincero e consciente. Pelo Ato Penitencial nos reconciliamos com Deus e com os nossos irmãos e temos o perdão dos nossos pecados. Porém, o Ato Penitencial não pode ser confundido com o Sacramento da Penitência (Confissão), já que, se tivermos pecado gravemente deveremos, antes, confessar esses pecados para recebermos a absolvição sacramental. O Ato Penitencial tem, assim, eficácia sobre os pecados leves, veniais, e não sobre os graves, mortais.

    O Ato Penitencial propriamente dito deve ser precedido do convite para a penitência. Este convite deve ser feito pelo sacerdote e pode ser espontâneo ou seguir uma fórmula pré-estabelecida como, por exemplo:

    • Irmãos e irmãs, reconheçamos as nossas culpas para celebrarmos dignamente os santos mistérios.

    • O Senhor Jesus, que nos convida à mesa da Palavra e da Eucaristia, nos chama à conversão. Reconheçamos ser pecadores e invoquemos com confiança a misericórdia do Pai.

    • No dia em que celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, também nós somos convidados a morrer ao pecado e ressurgir para uma vida nova. Reconheçamo-nos necessitados da misericórdia do Pai. (Se for domingo)

       

    • No início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.

    • De coração contrito e humilde, aproximemo-nos do Deus justo e santo, para que tenha piedade de nós, pecadores.

    • Em Jesus Cristo, o justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.

    • O Senhor disse: "Quem dentre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra". Reconheçamo-nos todos pecadores e perdoemo-nos mutuamente do fundo do coração.

    Após um momento de pausa, para que possamos analisar nossa consciência, faz-se, de fato, o ato de penitência, que pode ser de vários tipos: falados, dialogados ou cantados.

    O mais comum é aquele em que o comentarista faz três reflexões e, ao final de cada uma delas, diz, respectivamente: Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós, ao que é repetido, logo após, por toda a comunidade arrependida. Por exemplo:

      Comentarista: "Senhor, que na água e no Espírito nos regenerastes à vossa imagem, tende piedade de nós."
      Assembléia: "Senhor, tende piedade de nós".

      Comentarista: "Cristo, que enviais o vosso Espírito para criar em nós um coração novo, tende piedade de nós."
      Assembléia: "Cristo, tende piedade de nós".

      Comentarista: "Senhor, que nos tornastes participantes do vosso Corpo e do vosso Sangue, tende piedade de nós".
      Assembléia: "Senhor, tende piedade de nós".

    Pode, entretanto, o próprio sacerdote emendar seu convite inicial com um "Confessemos os nossos pecados". Neste caso, a assembléia reconhecerá publicamente os seus pecados, dizendo:

      Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.

    Trata-se, como vemos, de um reconhecimento de todo tipo de culpa (pensamentos, palavras, atos e omissões) juntamente com um pedido de intercessão à Igreja Triunfante e Militante: a chamada comunhão dos santos.

    Ao invés, o sacerdote pode entrar em diálogo com a assembléia, suplicando:

    • Sacerdote: "Tende compaixão de nós, Senhor".
    • Assembléia: "Porque somos pecadores".

    • Sacerdote: "Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia".
    • Assembléia: "E dai-nos a vossa Salvação".

    Nestes dois casos, terminado o reconhecimento da culpa ou o diálogo, deve-se fazer a invocação de Cristo, de forma simples:

      Sacerdote: "Senhor, tende piedade de nós".
      Assembléia: "Senhor, tende piedade de nós".

      Sacerdote: "Cristo, tende piedade de nós".
      Assembléia: "Cristo, tende piedade de nós".

      Sacerdote: "Senhor, tende piedade de nós".
      Assembléia: "Senhor, tende piedade de nós".

    Ou, então, se quiser usar de mais simbolismo, poderá o sacerdote percorrer a assembléia, aspergindo água benta e dialogando:

    • Sacerdote: "'Derramarei sobre vós uma água pura. Sereis purificados de todas as vossas faltas e vos darei um coração novo' - diz o Senhor. Tende piedade de mim, ó Deus!"
    • Assembléia: "Segundo vossa grande misericórdia!"

    • Sacerdote: "Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo!"
    • Assembléia: "Assim como era no princípio, agora e sempre. Amém!"

    Pode, ainda, o Ato Penitencial ser cantado. Existem diversas músicas para esse fim. Eis duas delas:

      Cantor: "Senhor que viestes salvar os corações arrependidos".
      Assembléia: "Piedade, piedade, piedade de nós". (bis)
      Cantor: "Oh Cristo que viestes chamar os pecadores humilhados".
      Assembléia: "Piedade, piedade, piedade de nós". (bis)
      Cantor: "Senhor que intercedeis por nós junto a Deus Pai que nos perdoa".
      Assembléia: "Piedade, piedade, piedade de nós". (bis)

      ou

      Cantor: "Senhor, tende piedade e perdoai a nossa culpa... e perdoai a nossa culpa".
      Assembléia: "Porque nós somos vosso povo, que vem pedir vosso perdão".
      Cantor: "Cristo, tende piedade e perdoai a nossa culpa... e perdoai a nossa culpa".
      Assembléia: "Porque nós somos vosso povo, que vem pedir vosso perdão".
      Cantor: "Senhor, tende piedade e perdoai a nossa culpa... e perdoai a nossa culpa".
      Assembléia: "Porque nós somos vosso povo, que vem pedir vosso perdão".

    Terminado o Ato Penitencial, o sacerdote concede a absolvição, de forma espontânea ou utilizando a fórmula:

      Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

    E assembléia conclui com um Amém!.

  7. HINO DE LOUVOR

    O "Glória" é hino à Santíssima Trindade que segue ao Ato Penitencial para expressar o nosso agredecimento e felicidade pelo perdão de Deus.

    Pode ser recitado ou cantado mas, seja como for, deve ser feito de forma alegre e não carrancuda.

    Para isso, devemos nos inspirar na alegria do rei Davi (At 3,8-9), no Magnificat de Maria Santíssima (Lc 1,46-47), no anúncio dos santos anjos (Lc 2,14), em Simeão ao ver o menino Jesus (Lc 2,29-32).

    Sendo recitado, deve seguir a fórmula:

      Glória a Deus nas alturas
      e paz na terra aos homens por Ele amados.
      Senhor Deus, rei dos céus,
      Deus Pai todo-poderoso,
      nós vos amamos,
      nós vos bendizemos,
      nós vos adoramos,
      nós vos glorificamos,
      Nós vos damos graças por vossa imensa glória.
      Senhor Jesus Cristo,
      Filho unigênito,
      Senhor Deus, cordeiro de Deus,
      Filho de Deus Pai,
      vós que tirais o pecado do mundo,
      tende piedade de nós;
      vós que tirais o pecado do mundo,
      acolhei a nossa súplica;
      vós que estais à direita do Pai,
      tende piedade de nós.
      Só vós sois o Santo,
      só vós o Senhor,
      só vós o Altíssimo, Jesus Cristo,
      com o Espírito Santo,
      na glória de Deus Pai.
      Amém.

    Essa recitação, para maior beleza, poderá ser feita em dois coros: o da direita e o da esquerda, o dos homens e o das mulheres, ou qualquer outra combinação.

    Se for cantado e não for possível seguir literalmente a fórmula acima, a música deverá conter, pelo menos, o glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, isto é, deverá glorificar cada uma das pessoas da Santíssima Trindade. Da mesma forma que o Ato Penitencial, também existem diversas músicas que glorificam a Santíssima Trindade; entre elas, escolhemos a seguinte, a título de ilustração:

    1. Glória a Deus nos altos céus!
      Paz na terra a seus amados!
      A vós louvam, Rei celeste,
      os que foram libertados.

      Refrão: - Glória a Deus, lá nos céus e paz aos seus. Amém!

    2. Deus e Pai, nós vos louvamos,
      adoramos, bendizemos,
      damos glória ao vosso nome,
      vossos dons agradecemos.

    3. Senhor nosso, Jesus Cristo,
      Unigênito do Pai,
      vós de Deus Cordeiro santo,
      nossas culpas perdoai!

    4. Vós que estais junto do Pai,
      como nosso intercessor,
      acolhei nossos pedidos,
      atendei nosso clamor!

    5. Vós somente sois o Santo,
      o Altíssimo, o Senhor,
      com o Espírito Divino,
      de Deus Pai no esplendor!

    O "Glória" é cantado e recitado aos domingos e nas festas dos santos. Não é recitado nem cantado durante o período da Quaresma e do Advento, bem como durante os dias da semana, porque tendo ele um sentido de alegria e solenidade, fica sem sentido durante a Quaresma e o Advento, quando estamos nos preparando para a alegria maior (a Páscoa e o Natal), e durante os dias da semana, que tem sentido festivo. Fora essas exceções, o "Glória" deverá ser sempre recitado ou cantado, ou seja, não poderá ser omitido de forma alguma.

  8. ORAÇÃO COLETA

    A oração coleta assinala a última parte dos ritos introdutórios da Santa Missa. Tem o nome de "coleta" porque visa reunir em uma única oração todas as orações da comunidade.

    Ela sempre se inicia com um solene "Oremos", proclamado pelo sacerdote, seguido de um instante de silêncio onde a comunidade pode orar em silêncio e tomar consciência de que está na presença de Deus, com quem se relacionará filialmente.

    A seguir, o sacerdote eleva as mãos e profere a oração oficial, própria do tempo, da solenidade ou da memória, em nome de toda a Igreja. Elevando as mãos, o sacerdote simboliza a oração do povo de Deus se elevando até Ele.

    Se a oração for dirigida a Deus Pai, será concluída com as palavras:

    Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

    Mas, se a oração for dirigida ao Pai e se encerrar com a palavra Filho, o sacerdote usará, ao invés, as palavras:

    ...que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

    Contudo, se a oração for dirigida ao Senhor Jesus Cristo, o sacerdote concluirá a oração coleta com os seguintes dizeres:

    Vós que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.

    Vemos, assim, que a oração é dedicada à Santíssima Trindade, não havendo, portanto, distinção entre as Pessoas, como se fossem três deuses, o que seria impossível.

    Concluindo a oração coleta com essas palavras, toda a comunidade aclama com um firme "Amém" e dá-se início ao Rito da Palavra.


Copyright (c) 1999 por Carlos Martins Nabeto.
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